terça-feira, 17 de outubro de 2006

PASTORES QUE NÃO SÃO PASTORES

E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres (Ef 4.11)

Facilmente se encontram pessoas que têm o título de pastor. Lembro-me quando visitei uma determinada igreja evangélica que, das pessoas que vinham me cumprimentar, a maioria era pastor e pastora. Cheguei a perguntar-me se ali havia diácono ou outros dons de liderança de tantos pastores que havia nessa comunidade. Na verdade, o pastorado tornou-se supérfluo, obtuso. Talvez outros procurem diferentes títulos como bispo, apóstolo para fugir do título de pastor que ficou tão batido, comum, embotado. Qualquer pessoa pode ser um pastor hoje em dia. Como conseqüência disso vem a abertura de novas igrejas formando mais pastores e pastoras indiscriminadamente sem levar em conta nem mesmo o que a Bíblia orienta sobre isso. Vários foram os motivos para essa síndrome; mas o que se pode notar mais forte foi a tendência de formar lideranças em grupos familiares ou celulares, levando esses líderes a um curso básico, chamando-os de pastores. Daí, muitas igrejas que saíram de convenções começaram a ungir seus próprios pastores e pastoras formando suas lideranças mostrando que assim seria mais prático que esperar tanta burocracia nos concílios ou esperar um aspirante terminar o seu seminário. Portanto, surgem-se pastores de todos os tipos sem ao menos passarem pelos seminários, sem ao menos ter lido a Bíblia toda e sem ter as qualificações que Paulo ensinou a Timóteo.
A Bíblia nos orienta que o pastorado é um dom vindo de Cristo à sua Igreja e que o pastorado ou episcopado episcopos não é para qualquer um. Paulo ensina isso aos efésios quando diz que “ele concedeu uns para pastores” (Ef 4.11). O texto grego coloca o artigo definido tous, mostrando que havia somente alguns, não para todo aquele que der na cabeça. É ELE que concede, não é uma escolha humana, mas divina. Paulo ainda ensinando ao seu filho na fé, Timóteo, diz: se alguém aspira ao espiscopado, excelente obra almeja, É NECESSÁRIO, PORTANTO...” (1 Tm 3.1,2). Paulo primeiramente demonstra que quem aspira ao episcopado é maravilhoso, mas será necessário estar dentro dos critérios que ele, inspirado pelo Espírito Santo, determinou que Timóteo atentasse. Por isso que Paulo coloca uma conjunção enfática oun conclusiva para ensinar exatamente isso: que aqueles que dizem aspirar ao episcopado não significa dizer que são aptos a esse ministério. O ministério pastoral e os dons falados em Efésios 4.11 devem ser analisados mediante as demais Escrituras. Se Paulo ensinou que se deve ter critérios para os pastores e diáconos; então, não se pode ser a todo custo, mas deve ser analisado por outros líderes se tal pessoa é apta ao ministério. Pelo Texto Bíblico não é a pessoa que demonstra somente, mas aqueles que imporão as mãos sobre o candidato e analisarão se estão aptos (1 Tm 3; Tt 1.5-11). Paulo, falando a Tito, ainda demonstra que havia aqueles que eram enganadores e que não eram pastores de fato. Por causa disso, Paulo exorta a Timóteo que não impusesse precipitadamente as mãos sobre alguém (1 Tm 5.22). O sentido era para um cargo de liderança como era usado pelos presbíteros pelo contexto da própria epístola 4.14 (conf. Nm 27.22,23; At 9.17; 13.3; 1 Tm 4.14; 2 Tm 1.6). Paulo estava exortando a Timóteo que não escolhesse qualquer pessoa. Isso demonstra mais uma vez que o pastorado é um dom que se deve ter cautela, zelo e não para qualquer pessoa que não tem nem capacidade de ensino bíblico, nem aptidão segundo as Escrituras.
Portanto, as convenções devem continuar tendo critérios, pois isso é bíblico. Ser pastor não é simplesmente receber um título, mas ter compromisso com um rebanho ou com o ensino sadio das Escrituras sagradas. Por isso, nem todos são de fato pastores, pois somente aqueles a quem ELE CONCEDEU na Igreja dentro dos critérios das Escrituras (Ef 4.11).

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